Jovem Guarda
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O movimento musical intitulado Jovem Guarda teve início na metade da década de 60. Seus precursores foram os jovens do início dos anos 60 que, influenciados pelo surgimento do rock'n'roll no Brasil, começaram a cantar versões das músicas estrangeiras. Entre esses jovens destacam-se Celly Campello, com a versão de Stupid Cupid de Neil Sedaka, seu irmão Tony Campello, Ronnie Cord, Carlos Gonzaga, com a balada Diana do original de Paul Anka, Sérgio Murillo, Demétrius, The Jet Blacks, Os Vips, Golden Boys, Sérgio Reis, The Clevers que se transformaram em Os Incríveis, Wanderléa, Erasmo Carlos, Roberto Carlos e outros.
Em 1965, com a proibição da Federação Paulista de Futebol de transmitir jogos do campeonato pela televisão, e com a explosão mundial da "Beatlemania", que fez surgir um novo rítmo, o iê-iê-iê, a TV Record de São Paulo decidiu lançar nas tardes de domingo o programa Jovem Guarda, dedicado à juventude, sob a direção de Carlos Manga e Salvador Tredicci e cuja apresentação ficou por conta de Roberto Carlos ao lado do amigo Erasmo Carlos (Tremendão) e Wanderléa (Ternurinha).
Iê-iê-iê
Termo descendente direto do rock'n'roll que agitou a década de 50 e passou a ser usado para definir a música dos rockeiros brasileiros. É a versão brasileira da música She Loves You, dos Beatles, em que aparece no refrão a expressão "yeah, yeah, yeah"
Programa Jovem Guarda
Apresentação de Roberto Carlos
Nesse mesmo ano, Roberto Carlos lança pela CBS seu terceiro disco intitulado Jovem Guarda, conquistando grande sucesso com as músicas "Quero que Vá Tudo pro Inferno", "Mexerico da Candinha", ambas em parceria com Erasmo Carlos, e "Calhambeque", uma versão de Erasmo Carlos da música de Loudermilk.
Com o sucesso e estouro desse trabalho, surgiram as marcas "Calhambeque", "Ternurinha" e "Tremendão" e com essas marcas vários produtos como roupas, chapéus, anéis, chaveiros, medalhões e brinquedos. Além de consumir essas marcas, os jovens admiradores da Jovem Guarda imitavam seus ídolos, na postura, no jeito e nas gírias. São da época gírias como lelé da cuca, mancada, papo firme, pinta, pão, abafar, barra suja, broto legal, uma brasa mora, pra frente e outras.
Disco Jovem Guarda,
de Roberto Carlos (1965)
Em 1966, aconteceu o I Festival de Conjuntos da Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos, resultando na explosão do rock no Brasil. Além dos já citados grupos que deixaram suas marcas na história do rock brasileiro, fizeram parte da Jovem Guarda Renato e Seus Blue Caps, The Fevers, The Sunshines, The Youngsters, The Pop's e o Conjunto The Brazilian Bitles. Destacaram-se também como grandes intérpretes desse movimento Ronnie Von, Eduardo Araújo, Silvinha, Martinha, Vanusa, Jerry Adriani, Meire Pavão, Wanderley Cardoso, Rosemary, Bobby Di Carlo, Ed Wilson, Prini Lorez, Reginaldo Rossi, Deny e Dino, Trio Esperança, Leno e Lilian e outros.
Em 1969, a Jovem Guarda perde sua força para o movimento iniciado pelos baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil, o Tropicalismo.
Jovem Guarda
Após plantar suas sementes na MPB, a Jovem Guarda
perde força para o Tropicalismo.
O novo movimento seria mais revolucionário do que tudo feito até então
Tropicalismo
